domingo, 14 de dezembro de 2008

Para que não me esqueça

Este fim de semana está a ser bom. Como o de há 15 dias, aliás, do qual deixei aqui apenas o rasto de um agradecimento. Foram muito diferentes, mas muito cheios. Fica aqui um cheirinho, para poder cá voltar sempre que cair alguns degraus. Hoje voltei a subi-los.

O primeiro fim de semana foi bom porque, num curso de formação, pude descobrir algumas coisas sobre mim (boas, claro) e sobre alguns outros. Porque fiz novos amigos, porque agucei algumas curiosidades (que vou resolvendo, qual ouriço a fuçar na erva fresquinha). Há quem me pudesse facilitar a vida, mas assim também não tinha tanta piada! ;)

Neste tive direito a Natal antecipado. Um jantar, ontem, transformou-se em dois jantares em dois restaurantes: no primeiro comemos mal (meus ricos dez euros...), pelo que marchámos para outro assim que terminámos. Resultado: acabámos o segundo jantar já passava da meia-noite e bem consolados. E ficou ainda mais barato que primeiro! Esta não vou esquecer tão cedo!

Hoje, 38 anos depois do dia de casamento dos meus pais (é bom ver amores assim), houve festa no infantário das minhas meninas. Uma festa a sério, com direito a palco, encenações, danças e Pai Natal. Linda, pela ternura. Pela aplicação do meu Piu-Piu (sempre lhe chamei assim, não sei porquê) que, do alto dos seus quase cinco anos, guardou este tempo todo a surpresa que a sua sala estava a preparar e se mostrou em palco muito compenetrada no seu papel. Pela teimosia da mafarrica mais nova, que negava qualquer pontinha de sono, apesar da boca escancarada, e que só perguntava 'Tia... há mai múhica? Eu quéo...'

O dia acabou num café, a beber um chá com uma amiga, e a achar imensa piada ao facto de o barman se meter comigo uma e outra vez. Ultimamente tem-me vindo a acontecer, ainda não percebo bem porquê, já que nunca me lembro de ser motivo de atracção. Mas é facto inegável que agora, de vez em quando, deixo um rasto de olhares masculinos atrás de mim. Sabe bem ao ego. E acho mesmo piada. Eh eh...

Talvez isto se deva a algo em que dei por mim a pensar enquanto conduzia até a esse encontro de fim de noite. Ouvi a música que se segue e fiquei a matutar que já não faz sentido na minha vida. Porque me resta, agora, a indiferença. O encolher de ombros. O 'mañana' que aparece é já 'hoy' para mim.
E fica um orgulho enorme em mim mesma. Quando olho para trás, vejo como, ao fim de apenas alguns meses, os meus passos foram largos. Enormes. Gigantescos. Não andei. Corri. E, apesar de saber que vou voltar a cair pelas escadas abaixo, sei também que tenho um mundo de vida por descobrir à minha frente. Que haverá sempre alguém a reconhecer que vale a pena descobrir quem eu sou. E que vou ficar bem... :)


4 comentários:

Ventania disse...

Sabes que essa força interior emana uma energia que os outros conseguem detectar. Deve ser por isso que andas a atrair os olhares masculinos. =) É bom.
E quantos mais passos damos mais a força cresce (ainda que eventualmente se tropece nos degraus, tal é a vontade de os galgar).

Pulha Garcia disse...

Gosto de ler relatos simples e honestos. Muita força. Se estás vida é porque ainda tens algo de relevante a fazer.

mf disse...

Ventania:
Sinto a minha energia a aumentar, sim. Não estava era à espera do resultado! ;)
E vou ficando mais forte a cada dia que passa. O sofrimento, quando bem aproveitado, serve para isso mesmo: fortalece-nos a alma... Beijo para ti

mf disse...

Pulha Garcia:
Quem me conhece, na vida do dia-a-dia, sabe que sou assim: simples e honesta. E muito directa. No blog não consigo sempre mostrar este último aspecto. É o que dá não estar habituada a mostrar o lado de 'dentro' de mim. Mas vou andando e, às vezes, lá sai um post em que consigo espelhar o que sinto sem medos ou esconderijos.
E força é o que te desejo a ti, que andas a precisar de mãos que ta dêem... Beijo :)