segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Das escolhas

Há alturas em que tenho de escolher. Em que percebo que não consigo fazer tudo e, por isso, é hora de deixar alguma coisa para trás. Às vezes custa deixar, sobretudo quando estou enfiada até ao âmago nas coisas e sei que vai ser difícil alguém fazer as coisas como eu. Mas não sou insubstituível, sei disso, nem perfeita, nem indispensável, razões pela qual é possível largar.

Chegou a hora de começar a largar. Devagarinho, de mansinho, para que o alívio se instale sem pesos. Sem pressa, mas depressa, que já deveria ter sido ontem, há duas semanas, há três meses. Estou cansada de puxar um carro carregado. Foram anos intensos, cheios de entusiasmo, mas também de um trabalho gigantesco. E agora reflecte-se na vontade de largar, de não fazer mais nada.

Ainda não larguei e já comecei a sentir a acalmia a instalar-se. Tão só porque decidi. Optei por mim, pela minha saúde mental, pelo tempo que por agora não tenho, pelo meu trabalho, pela minha vida. Ganhou a vontade de recuperar o meu espaço. Às vezes sabe bem pensarmos em nós e cuidarmos de nós. Afinal, viver passa (muito) por aí.



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